sábado, 2 de outubro de 2010

RAIMUNDO DOS PASSOS

Estava sozinho no mundo. Não era como não tivesse amigos ou família, os tinha, mas eles diferenciavam de mim de alguma forma. Não era infeliz por isso, ser só tem seus benefícios. Eu era um e assim seguia a minha vida. Até o dia que o conheci.
Estava no campus de veterinária na UFF, o dia não lembro, mas era quinta-feira. E o que importa se era quinta-feira? Uma palavra Churrasquinta. Churrasquinta como alguns conseguiram deduzir, e outros não, é uma espécie de tradição da faculdade de Veterinária da UFF de marcar churrascos quase toda quinta-feira. Estava eu lá, deitado perto da churrasqueira. Como de costume chegava muitas horas mais cedo ao local da festa e dormia, ou fingia, e quando levantava a festa já haveria começado e eu não precisaria pagar os dez reais da entrada. Sempre deu certo, em três anos de UFF não colaborei com nenhuma churrasquinta. Não que me orgulhe disso,..., pensando bem, me orgulho sim.
Mas aquela quinta-feira em questão foi diferente, pois como já o disse, o conheci. Estava fingindo dormir quando ele entrou enfurecido na área de festa. Me sentei, enquanto ele, que nem havia ainda notado a minha presença gritava contra algum cliente da clínica de veterinária da UFF. Eu mesmo já havia trabalhado lá um tempo. Eu odiava a maior parte dos meus clientes. Os motivos aqui não interessam, mas eu compartilhava da dor dele. Resolvi lhe dirigir a palavra.
O que lhe dissemos um ao outro é irrelevante. A inicio ele notou a minha presença mas parecia me desprezar, é, até hoje, uma pessoa muito rígida, e não deu sinais que ia me responder. Com um pouco de insistência fiz ele me contar qual loucura o cliente a qual atendia queria agora. Em resumo uma madame em processo de separar do marido queria fazer eutanásia em uma cadela completamente saudável por um motivo qualquer. Me levantei e fui lá. Entrei na sala e peguei a ficha da cadela com o nome da madame. Não fiquei para ouvir, mas da boca da madame saia mais veneno que de qualquer cobra que já tenha visto. Com acesso a internet e sabendo onde procurar consegui localizar o marido dela e liguei para ele. Em menos de meia hora ele estava lá. Não fiquei para ver o desenrolar dos acontecimentos, tinha que voltar para o meu leito. Dessa vez adormeci de verdade.
Acordei e ele estava lá. A festa já havia começado. Ele estava com duas latas de cerveja ao seu lado, me deu uma e agradeceu. Detesto cerveja, mas não quis fazer uma desfeita. Afinal ele não me parecia o tipo de pessoa acostumada a agradecer. Bebemos e conversamos, ao meu ver ele era demasiadamente sério. Ao seu olhar eu, provavelmente, parecia imaturo. Mas nos demos bem. E no restante do tempo que continuei na faculdade de veterinária eu não estive mais só.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

ÚLTIMO DESEJO E TESTAMENTO

 

ÚLTIMO DESEJO E TESTAMENTO

 

Meu nome é Hisoka Mari, acabo de ser condenada a morte por traição ao Governo Mundial. Esse documento que está em suas mãos deveria ser uma carta para minha família contendo minhas últimas palavras. No entanto, por motivos que prefiro não mencionar aqui fui desertada de minha família, então em vez de gastar minhas ultimas palavras numa carta que sei que seria jogada fora, sem ninguém ao menos pensar em ler. Resolvi endereçar as mesmas numa carta para Biblioteca Nacional de Nagoya, local que freqüentei constantemente pelo longo de toda a minha breve vida. Quem sabe assim, talvez no futuro alguém venha saber quem eu fui, e porque morri.

Antes de contar minha história vou descrever alguns eventos históricos relevantes, mas não da forma que eles são atualmente ensinados nas escolas. E sim, da forma que eles realmente ocorreram.

No inverno de 2025 acabou a III Grande Guerra Mundial. Uma aliança recém formada pelo Brasil, China, Alemanha, Canadá, Rússia, Japão e Austrália deram o fim a guerra. Mas como sempre, não foi da melhor forma. Após o final da guerra essa aliança fundou o que é chamado hoje de Governo Mundial. E mesmo sendo um governo forte, ele não conseguiu evitar as conseqüências que a guerra trouxe ao ecossistema global. Entre epidemias, revoltas, e catástrofes naturais, nada tiro tantas vidas como o derretimento das calotas polares. O Japão, por exemplo, teve o seu território reduzido em 90%, e sua população em 35%. A única metrópole que não foi destruída foi Nagoya, e, por algum motivo além da minha compreensão, acabou se tornando a capital do governo mundial.

 Há alguns anos atrás, um grupo revolucionário conseguiu se infiltrar no Japão, inclusive em Nagoya. Esse grupo se autodenomina “Vishnu”, eles visam à dissolução do Governo Mundial. O Governo por sua vez, alegando que era para proteger os cidadãos, decretou um toque de recolher às 22h00min, sobre a pena de retiradas dos bens, prisão, ou morte. A população, por sua vez, começou se dividir entre os que apóiam o Governo Mundial e os que apóiam a “Vishnu”. Não tardou muito para que fosse aprovada a lei que transformou o apoio aberto a “Vishnu” em um crime grave.

Essa situação acabou por criar um clima de tensão entre a população. Muitas pessoas por dia eram presas por terem apoiado abertamente a “Vishnu”, mesmo sem ter o feito. O povo passou a desconfiar de qualquer um, mesmo amigos íntimos e parentes. Esse sentimento de opressão que o povo sentia ajudou a “Vishnu” a aumentar suas fileiras. A maior parte, claro, era de adolescentes rebeldes que não tem muita noção da realidade. E entre eles, estava eu.

Ao contrário da maioria, compostas por rebeldes sem causa e pessoas que apenas queriam tentar usurpar o poder do Governo Mundial, eu apenas queria uma forma de compensar todo o mal feito pela minha família. Como eu já disse, eu pertenço à família Hisoka. Basicamente uma família de classe alta normal, até o final da III Grande Guerra Mundial. Depois do final da guerra, o Governo Mundial se instalou em Nagoya. Muitas pessoas foram contra e se revoltaram. A minha família começou a esconder essas pessoas. Um dia meu pai resolveu construir um grande abrigo subterrâneo, para que servisse como base para os rebeldes. No entanto, na primeira reunião rebelde no abrigo, as forças militares do Governo Mundial chegaram atirando para matar. Somente uns poucos sobreviventes foram presos e interrogados, para então serem fuzilados aos olhos de todos. Quando era pequena não entendi porque ao invés de sermos presos, nós tínhamos ganhando um título de nobreza, mas ao crescer tive que encarar a realidade junto com a alcunha “Kuroshin” que acompanha a minha família.

Espero que esses dados que passei sejam o suficiente para que aqueles que aqui lêem possam entender minhas ações. A seqüência de acontecimentos que se concluirão em minha morte começou na primavera de 2051, em Nagoya. Eu já estava na “Vishnu” há cinco anos. E graças aos meus esforços, e já havia sido promovida para facção especial de assassinatos dentro da “Vishnu”, chamada de “As espadas de Kalki”, há um ano.

Henry Oxford nasceu no outono de 2033 nos Estados Unidos, aos atingir a maioridade em 2048 se inscreveu na marinha. Em apenas dois anos Henry mostrou uma excelência raramente vista, e foi promovido ao posto de defensor do Castelo Negro, prédio base do Governo Mundial. Uma paródia à Casa Branca, da época que os Estados Unidos praticamente governava o mundo ao invés de ser a poça de estrume que é hoje. Henry mora em um dormitório da marinha junto com seu colega de quarto Henrique, que tem a fama de ser um incorrigível casanova. Henry é o homem por quem eu viria a me apaixonar, e o homem que a “Vishnu” me ordenou matar.

O nosso encontro aconteceu de certa forma graças a Henrique, por ter sido facilmente seduzido por minha colega Diana, uma suíça que também pertencia a “As espadas de Kalki”, em uma ida a um típico karaokê japonês. Mesmo morando pouco tempo no Japão Henry e Henrique já estavam acostumados às idas ao karaokê. De uma forma ou de outra, Henrique sempre conseguia levar muitas garotas para lá, quando havia mais do que uma mulher arrastava Henry com ele.

Logo ao entrar na sala os dois homens de farda tirarão suas armas da cintura e colocarão sobre a mesa. Henrique e Diana começaram a cantar, enquanto isso Henry não perdeu tempo e começou a alisar as minhas pernas. Foi um inicio de noite agradável, com exceção da conversa que tive com Henry sobre a minha família:

- Já ouvi falar de sua família. Vocês são aqueles que ganharam título de nobreza por entregar rebeldes ao Governo Mundial, os quais o povo chama de Kuroshin. – disse Henry

- Vocês não, não me inclua no meio. Eu nunca tive a intenção de aumentar o numero de vitimas do Governo Mundial. – Respondi

- Você pode disser isso, mas mesmo não querendo, duvido que você tenha crescido sem se aproveitar dos benefícios do título de nobreza da sua família. – Henry

Por mais que eu não quisesse admitir, o que ele disse era verdade. Desde criança todos os meus estudos e brinquedos foram comprados com o dinheiro proveniente do título de nobreza, mesmo há uns poucos anos era para eu ter sido reprovado no vestibular, mas fui aceita por pertencer à família Hisoka. Essa incontestável verdade me corroeu por dentro naquela hora. Então sem saber o que responder comecei a virar shots de tequila um atrás do outro. Não demorou muito e comecei a chorar. Henry me abraçou em me confortou com palavras doces, eu sabia que ele as falava apenas para o meu agrado, mas mesmo assim eu gostei. Fazia muito tempo desde que alguém se preocupou em me agradar. Depois de ficar confortada em seus braços, deixei que ele conforta-se entre minhas pernas.

 Estava jogada em um sofá nua, quando Diana entrou, usando apenas uma saia, me levantou do sofá, e disse aos rapazes que iria me levar no banheiro para vomitar. Entramos no banheiro, graças ao isolamento acústico das salas de karaokê, Diana não se fez de rogada em bater a minha cabeça na parede com toda a sua força.

- O que você pensa que está fazendo bebendo desse jeito? Esqueceu o plano? – Pergunto Diana

Caída e olhando para o chão em vez de para Diana eu respondi:

-Não, eu apenas fiquei abalada com algumas palavras do Henry sobre a minha família.

-Sua família, de novo... Eu já disse que no seu lugar eu faria tudo que meus pais pedissem e gozaria da boa vida que o dinheiro deles pode oferecer. – Disse Diana

Diana fazia parte dos membros da “Vishnu” que não tinham nada especificamente contra o Governo Mundial, apenas queriam tentar roubar o poder para si.

- Eu não desejo dinheiro, desejo liberdade. E mesmo que o meu avô e meu pai nadem em dinheiro em vida. Ao morrer, se houver justiça no universo, duvido que qualquer um dos dois consiga adentrar os portões do céu.

Diana olhou para mim com uma cara de nojo, então lhe perguntei:

- Você não acredita em Deus não é?

- Nunca, e para ser sincera, detesto religiosos. – Os olhos de Diana nesse momento pareciam capazes de congelar o inferno

- Engraçado, pois com o fervor que você afirma isso, é o fervor de um religioso. Mas é assim mesmo, crendo ou não em Deus, acabamos vivendo em função dele.

Não podendo me jogar no chão, pois eu já estava caída, Diana me ergueu, e olhando nos meus olhos ela disse:

- Como você pode acreditar em Deus, vivemos em uma era de desgraças. A poucos anos mais de três bilhões de pessoas morreram, países inteiros, assim como o meu deixaram de existir, ainda hoje existe resquícios da guerra mundo a fora, se Deus existe, porque ele deixaria tudo acontecer? Por quê?

E olhando nos olhos dela eu respondi

- Talvez porque precisássemos de uma era de mortes para podermos reaprender o valor da vida. Mas chega dessa conversa, temos que prosseguir com a missão.

Diana me soltou e começando a se vestir me disse:

- Nós vamos levá-los para um motel, quando eles dormirem nós executaremos o plano.

Depois disso retornamos a sala de karaokê, Diana convidou os rapazes para nós levar a um motel que ela disse ser o nosso favorito. Henrique queria mudar os pares, o que me angustiou profundamente. Não me atrevi a falar nada, não queria irritar Diana mais do que havia irritado. Porém Henry percebeu o que sentia:

- Me desculpe Henrique, mas hoje a Mari é só minha. – Henry disse enquanto me abraçava pela cintura.

Henrique não colocou resistência e fomos os quatro para o Motel Daiquiri. Disse a Henry que tudo que precisávamos era uma cama e ele alugou um quarto simples. Diana fez com que Henrique alugasse a suíte presidencial. Logo ao entrarmos no quarto Henry me disse:

-Me desculpa se te ofendi pelo o que falei de sua família lá no karaokê.

- Não precisa se desculpar, você só disse o que era verdade. A minha família realmente merece a alcunha Kuroshin. Eles nunca se contentam com o que tem. Não importa o quando dinheiro eles tenham ou quão grande é a casa em que moram, para eles é como se morassem em caixas de papelão pedindo esmolas a transeuntes.

- Entendo que a sua família não está no top dez das famílias mais legais do mundo, mas não há nenhum parente que você goste? – Perguntou Henry

- Somente a minha avó, de quem herdei o nome. Ela era uma pessoa fabulosa, fazia muita besteira, comia por quatro pessoas. Ela gostava muito de viajar. Ela disse que conheceu o imperador no Brasil, enquanto ele era só um acadêmico de idiomas. Porém, não sei se é verdade, pois ela também me disse ter conhecido meu autor português favorito depois de mais de setenta anos da sua morte. - Respondi

- O imperador..., sua avó devia ser uma pessoa realmente interessante. - Henry

Paramos de falar e ficamos olhando um para o outro. Logo Henry me abraçou, e começou a me despir. Fomos para a cama e fizemos sete vezes antes de Henry pegar no sono.

   Levantei-me da cama, e peguei a minha faca na bolsa, porém depois disso fiquei sem saber o que fazer. Mesmo tendo passado pouco tempo desde que eu o encontrei, não tinha duvidas do meu amor por ele. Mas o que eu podia fazer. Eu tinha que obter êxito em minhas missões, todas as circunstâncias já estavam lá, mas isso não era o suficiente. Eu precisava apenas fazê-lo, e só assim eu teria completado a missão.

Comecei a pensar em minha família e o porquê de eu a detestar, se eu matasse Henry ali, dormindo indefesso como uma criança. Eu não seria diferente deles. Resolvi que não iria o matar, e as lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto. Foi ai que percebi como a “Vishnu” é semelhante a minha família, sempre me dando ordens em prol dela. Não que eu não tenha me oferecido para fazer isso pela “Vishnu”, o que percebi foi o quanto isso é errado. E a sensação de liberdade de não cumprir a uma ordem dada era maravilhosa.  Então nesse momento houve o primeiro tiro e Henry acordou.  Eu ainda estava com a faca na mão.

Henry não é burro, e compreendeu logo a situação em que estava. Saltou em direção a sua arma, eu então deixei a faca cair no chão.

-Henrique... – Henry gritou ao perceber que o amigo dele poderia estar em má situação

Henry então atirou em minha perna, e se saiu pela porta, eu me arrastei atrás dele. Ao por a cabeça para fora no corredor, eu vi Henrique de cueca com um ferimento no braço, Henry não muito distante da porta do nosso quarto nu, e Diana também nua no meio. Henry e Henrique fuzilaram Diana com dez tiros espalhados pelo corpo. Depois eles se voltaram para mim. Henrique chegou chutando o meu maxilar, ele estava realmente de mau humor por quase ter sido morto.  Henry então perguntou:

- Tudo o que nos passamos foi orquestrado para que vocês pudessem nos matar? Em nenhum momento você chegou ao menos perto de gostar de mim? – Henry tinha sofrimento em sua voz

Eu sabia que independente da minha resposta Henry teria que cumprir com o seu dever. Então resolvi facilitar as coisas para ele.

- Sim, tudo foi um plano. E todo o carinho que demonstrei a você nada mais era do que fingimento. – Lhe disse sem ao menos piscar.

Depois disso eu parei na cadeia, fui interrogada, condenada e julgada. Não cheguei a me revoltar com meu destino, no meu ponto de vista, eu escolhi morrer para não ter que matar o homem que amo. Nessa vida imprecisa que tenho, e que a cada momento está mais próxima de sua conclusão, se tem algo que aprendi é a me encontrar em mim mesma. Superando as barreiras de preconceito impostas pela sociedade.  E que a verdadeira sabedoria se consiste em se contentar em viver a sua vida, sem se importar se o mundo está nos trilhos, preocupando se apenas com a sua própria felicidade. Deixo aos que aqui lêem esse conhecimento.

Amanhã será o meu enforcamento. Fui informada que Henry puxará a corda, que quebrará o meu pescoço. Fico feliz de poder vê-lo mais uma vez, se eu tivesse direito a um ultimo desejo, este seria que Henry seja feliz. 

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Esse é um jogo online em francês onde você cria um bonequinho e faz ele lutar contra outros bonequinhos, é muito divertido. E não é dificel de jogar, a unica coisa q vc escolhe é a aparência do boneco, o resto é aleatório.  Abaixo está uma propaganda do site traduzido do francês para o português pelo google. 
"Para criar o seu Brute única, apenas digite um nome. Você pode, então, abordar as demais disposições na arena e recrutar estudantes! Aquisição de experiência, e fez-lhe um lugar no ranking de se tornar ... O Brute!"

Link:
http://sexbeast666.labrute.fr

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

The RING for a REVENGE

Esse conto surgiu da idéia da "imortalidade" tecnicamente obtida por personagens de filme te terror que recebem uma data, ou algo similar, para sua morte. Apesar em The RING não confirmar essa teoria, ela é 100% confirmada em Premonição 2, mas como eu nunca vi nem o 1 inteiro e não me dei o trabalho de ver o 3, resolvi fazer no universo do The RING. O "conto" acabou crescendo um pouco além do esperado, e foi dividido em 9 capítulos, hoje trarei a primeira parte do primeiro capitulo. A ínicio planejo dividir cada capítulo em 3 partes. E não me pergunte quando irei fazer a parte 2. 

Night 1- The last Day of my life PARTE 1

 

-Parabéns! A senhora está grávida.

 

Se felicidade fosse um pecado, eu teria de ser condenado ao nono circulo do inferno para pagar pela felicidade que senti naquele momento. Minha esposa, Inaka Hatsushi, possui um problema no útero, e precisa de um tratamento inacreditavelmente caro para engravidar. Após três anos de tratamento, gastando todo dinheiro que tínhamos e o que não tínhamos, ela finalmente conseguiu engravidar. Ver o rosto dela coberto por lágrimas de felicidade fez valer a pena todas as horas extras que fiz na vida. Mesmo tentando evitar, em pouco tempo o meu rosto também já estava coberto de lágrimas. Agradeci ao doutor o máximo que pude, estava arrependido de tê-lo chamado de sanguessuga durante esses anos. Abracei a minha esposa, naquele momento estava mais bonita do que nunca. Se o doutor não estivesse ali, com certeza eu a teria despido. O doutor começou a dar instruções de como proceder com a gravidez de forma segura, e mais uma vez, havia uma lista de remédios caros na minha mão, mas pela primeira vez eu não me importei. O maior sonho da minha esposa sempre foi ter um filho, poder realizar esse sonho dela não tem preço.

 

O doutor ainda falou por mais meia hora, então finalmente saímos do seu consultório. Por maior que seja a nossa felicidade, ela ainda não é capaz de parar o mundo. E aquela lista de remédios não iria se pagar sozinha. Aparentemente minha esposa pensava diferente, percebi isso quando passamos em frente a um motel e ela me puxou para dentro. Pegamos o quarto mais barato, naquela hora um banheiro já era espaço suficiente. A velocidade da minha esposa nessas horas realmente me impressionava, antes de eu terminar de tirar a camisa ela já havia se despido e abaixado as minhas calças. Foi uma das nossas melhores vezes, infelizmente durou apenas uma hora, se pudesse ficaria com ela naquele quarto pelo resto do dia. Mas a realidade, na forma de uma lista de remédios, nos chamou de volta.

 

Levei minha esposa à estação de metro, ela dava aula em uma escola primaria longe de onde morávamos, mas o salário compensava. Eu trabalhava em dois locais para igualar a minha renda a dela. Meu emprego diurno era dar aulas de kenjutsu em um dojô no centro da cidade, por sorte não era longe da estação. Cheguei atrasado, no entanto, Kazui, já havia começado o treino por mim. Kazui era uma pessoa estranha, todas as vezes que o encontrei estava trajando roupas pretas. Já vieram me falar que Kazui estava envolvido com os yakuzas, verdade ou não, eu não me importava. Kazui sempre demonstrou respeito com todos e era um dos meus melhores amigos. Por toda a minha vida me submeti a empregos cujo quais eu não gostava, acreditava que a maioria dos yakuzas estaria na mesma situação.

 

Terminei o treino acabou um pouco mais cedo, era sexta-feira e ia trabalhar em uma boate durante toda madrugada. Contei ao Kazui que ia ser pai. Esperei que ele fosse discreto, fui um tolo. Em não mais de três minutos já estavam todos ao meu redor. Resolveram que sairíamos para comemorar. Ainda tinha bastante tempo até o horário da boate, resolvi aceitar. Fomos a um bar brasileiro perto da estação, pedimos cerveja e uns aperitivos. Muito bonito o local, mas nunca vi atendimento pior. Durante horas ficamos conversando, a conversa fluía como água da nascente. Seria bom ter mais tempo para passar com os amigos. Resolvemos até o nome do bebê. Ele se chamaria Enmei, resolvi que lhe daria esse nome para que tivesse uma vida longa. Pois não a problema que não possa ser resolvido enquanto se estiver vivo.

 

Às dezoito horas a televisão do bar começou a transmitir o noticiário, estava tão contente que nem percebi o tempo passar. No início meu impulso era me levantar para ir embora, a boate era longe e teria que pegar o metro, mas uma noticia me chamou a atenção. Um cara estava ameaçando a se pular do alto de um prédio. O local estava tomado por bombeiros e repórteres, o que era estranho considerando que o Japão tem o maior incide de suicídios do mundo. Aparentemente o suicida dessa vez não é um infeliz que perdeu tudo na vida, mas um executivo beirando os quarenta que por acaso eu já o tinha assistido na televisão. Durante um programa sobre economia ele deu uma entrevista sobre como investir o seu dinheiro. Eu me lembrava por tinha ficado uma semana desejando ter metade do dinheiro que esse cara tinha. Com os conhecimentos demonstrados por ele na entrevista duvidava que tivesse ido à falência. E se fosse esse o caso, ele seria mais miserável se matando e os repórteres não estariam ali.

 

Toda a admiração que eu tinha por ele devido ao programa que tinha assistido desapareceu naquele momento. Não a nada que eu detestasse mais do que alguém que acabaria com a sua própria existência. A vida não foi feita para ser um mar de rosas, a vida nada mais é do que uma seqüência de desafios a ser superada. Tentar escapar das dificuldades apenas se entregando a morte... não há atitude mais patética. Pelo menos assim era meu modo de ver o mundo. Abri mais uma lata de cerveja e comecei a virá-la de uma vez só. Nesse ritual de ataque ao meu fígado fechei os meus olhos, por alguma razão acho que sinto melhor o sabor das coisas de olhos fechados. No entanto o meu apreciar da cerveja foi interrompido. Não pela minha audição ou olfato, e muito menos pela minha visão, já que estava com os olhos fechados. Mas pelo meu tato, mesmo sem ninguém ter dito ao menos uma palavra eu já podia sentir na pela a mudança do ambiente. Um clima frio e mórbido havia se instalado onde até a pouco tempo o clima era quente e festivo. Abri meus olhos apenas para confirmar minhas suspeitas, ele havia pulado.      

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

101 coisas para se fazer em 1001 dias

6/101 ITENS COMPLETOS



1.       Reduzir a minha TGC a menos de 15%

2.        Ganhar um torneio de kenjutsu

3.       Arrumar renda fixa estável

4.       Deixar de ser tão irresponsável por um mês

5.       Encontrar alguém que valha a pena

6.       Conquistar esse alguém

7.       Apreender a atirar

8.       Apreender a pilotar um avião 

9.       Fazer o lanterna mestrar um mesa de RPG até o final

10.    Correr todo o calçadão de copacabana

11.   Dormir antes das 2am (Completo)

12.   Dar uma entrevista

13.   Atirar em alguém

14.   Pescar

15.   Estudar seriamente

16.   Terminar algum texto que comece

17.   Dá 10% de gorjeta para alguém mesmo sendo mal atendido (completo)

18.   Ler ao menos 130 novos capítulos de One Piece

19.   Jogar basquete 3 semanas seguidas

20.   Rir de verdade (completo)

21.   Comprar uma katana 

22.   Não morar mais em apartamento

23.   Arrumar um cachorro

24.   Esquecer de dá comida para o cachorro

25.   Ficar uma semana acordado sem dormir

26.   Parar de arrumar desculpas durante 30 dias

27.   Andar de bicicleta em Copacabana

28.   Fazer o thiaguinho me pagar o que deve

29.   Entender como as outras pessoas vêem o mundo

30.   Usar um sombreiro

31.   Investir na bolsa

32.   Fazer uma viagem de pelo menos 50km a pé

33.   Arrumar um sobretudo de gangue japonesa

34.   Arrumar a cama ao menos uma vez (completo)

35.   Sair do país

36.   Comer em algum lugar caro e sair sem pagar

37.   Não consumir nada no MC Donalds durante 101 dias (4/101)

38.   Dormir no chão de algum local público

39.   Defecar em algum lugar além da minha casa

40.   Atirar alguma coisa no meu cachorro

41.   Comprar um carrinho de bombeiro

42.   Mandar a Bianca tomar no cu XD(completo)

43.   Ir ao cinema 30 vezes (0/30)

44.   Comprar ao menos 3 livros que não sejam sobre RPG  ou Mangá (0/3)

45.   Ir a Bienal do LIvro

46.   Tomar um milkshake de 600ml do Bob’s

47.   Passar 4 horas seguidas olhando para a Lua

48.   Ficar 24 horas de olhos fechados

49.   Pegar meu Slam Dunk de volta com o Daniel

50.   Comprar o canivete da Juliana

51.   Ir a São Paulo

52.   Colocar fogo em um carrinho de bombeiro

53.   Bater em um Paulista Desavisado

54.   Apreender a tocar piano

55.   Apreender a tocar flauta transversal

56.   Adquirir ritmo

57.   Pregar uma peça na Juliana, e sobreviver

58.   Comer Jabuticaba

59.   Cuspir na cara de alguém

60.   Abraçar alguém bem forte

61.   Jogar Shadownrun

62.   Comprar um X-box 360

63.   Zerar Spore

64.   Tomar banho de cachoeira

65.   Ir a Paraty

66.   Beber um litro de pinga direto

67.   Seguir um desconhecido pela rua sem nenhum motivo durante 20 minutos

68.   Empurrar alguém em algum grande recepiente de água

69.   Colocar espoletas no cigarro de alguém

70.   Ser menos paranóico por uma semana

71.   Mandar uma carta para o editor de MXO dizendo para ele tomar no cu em japonês

72.   Ir ao quiosque do leme ao menos 3 vezes (0/3)

73.   Fazer o meu CR ficar acima de 7

74.   Passar para o nível 3 de japonês

75.   Ir bêbado a algum evento importante

76.   Passear de barco

77.   Ir ao maracanã e ver o botafogo vencer

78.   Terminar a minha lista antes do lanterna terminar a dele

79.   Arrumar um desenhista para desenhar meus roteiros

80.   Terminar um volume de mangá

81.   Me vingar do lanterna

82.   Ler um livro de pelo menos 300 páginas sem pausas

83.   Comer de graça na casa do Flavio 15 vezes (0/15)

84.   Dar ouvido ao que minha mãe diz duas vezes (0/2)

85.   Não morrer

86.   Predizer 5 coisas ruins que vão acontecer com o lanterna

87.   Zerar algum jogo no DS

88.   Convencer um flamenguista a deixar de ser flamenguista

89.   Ir na casa da Juliana

90.   Ir na casa do Thiaguinho

91.   Ir na casa do Leandro

92.   Não ir na casa do Felipe

93.   Comer a comida do pai da Lívia

94.   Comprar algo pelo E-bay

95.   Vender algo pelo E-bay

96.   Ver Code Geass outra vez

97.   Apreender a dançar alguma coisa

98.   Escutar o CD do carbona

99.   Devolver tudo que está comigo emprestado

100.  Deletar todas as pessoas que não conheço do meu MSN

101.  Comer chocolate (Completo)

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Premio de Inauguração

O blog ainda está em construção. Mas para ele ganhar um pouco de fama vou fazer uma promoção. Quem descobrir o significado do numero 5971687541 e postar aqui antes dos demais ganha uma pizza do caçador. Lembrando que essa promoção só é válida para moradores do Rio de Janeiro - RJ ou para quem for burro o suficiente para vim até aqui comer uma pizza. Vale resaltar que a pizza deverá ser consumida de acordo com a código não escrito da Varanda. Resumindo o código em palavras mortais é "A pizza é sua, mas todos os presente tem direito de comer.". Vale ainda deixar claro que o pagamento da pizza será efetuado no primeiro encontro entre o vencedor e a minha pessoa nas proximidades do caçador. 

                                                                                    Terça-Feira 7 de outubro de 2008